Quando não tenho inspiração deixo outro poeta
falar por mim. Fala Fernando Pessoa:
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: “Fui eu?”
Deus sabe, porque o escreveu.
20 de outubro de 2010
18 de outubro de 2010
no meu travesseiro não
o conforto seguro
o sono profundo
dentro do travesseiro
eu durmo
dentro das minhas idéias
há tesouros pesados
há memórias cravadas, há espaços em branco
em dimensões da infância e juventude
minha memória se perde
uma outra se consititui
talvez
a vida inteira
esteja dentro de algum sonho
pois dentro do meu travesseiro não está.
o sono profundo
dentro do travesseiro
eu durmo
dentro das minhas idéias
há tesouros pesados
há memórias cravadas, há espaços em branco
em dimensões da infância e juventude
minha memória se perde
uma outra se consititui
talvez
a vida inteira
esteja dentro de algum sonho
pois dentro do meu travesseiro não está.
Ser
Se o ter é porto seguro
o ser é déspota incorrígivel
é um reencontrar-se antigo
com sua essência, suas origens
suas cores, sua luz que lhe é própria
o ter não é o mal maior
mas é um mar desatinado cheio de armadilhas
às vezes o ter sucumbi o ser.
o ser é déspota incorrígivel
é um reencontrar-se antigo
com sua essência, suas origens
suas cores, sua luz que lhe é própria
o ter não é o mal maior
mas é um mar desatinado cheio de armadilhas
às vezes o ter sucumbi o ser.
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